23/11/09

ESPIRITO DE NATAL

Comecei recentemente a reparar que as grandes cadeias de supermercados, os Continentes do Quénia, têm "ilhas" de cestas plásticas vermelhas e brancas, mas nunca percebi bem o que era. Finalmente explicaram-me, são os "cabazes de Natal" pré-fabricados para os patrões darem aos empregados de casa. Dentro das cestas estão uns quilos de farinha para fazerem a papa de milho, óleo e outro tipo de farinha para as chapatis (uma espécie de crepes que substitui o pão). Cada cesta custa a módica quantia de 12 euros. Nada de mais para um presente de Natal a quem lhes cuida da casa, dos filhos, do cão e lhes atura os dias bons e maus e, muita falta de educação. O que é curioso é que estas pessoas ganham por mês pouco mais do que o valor da cesta, muitos deles apenas 20 ou 30 euros e com isso sustentam famílias. Se em vez da pirosa e poluidora cesta plástica lhes dessem pelo menos o valor dela em dinheiro, eles apreciariam muito mais, comprariam muito mais coisas do que a cesta contém e pelo menos poderiam escolher em que gastariam aquele dinheiro que lhes faz tanta falta.
Quando vi isto, pensei nas cores do Natal. Os italianos de Breccia (alguns) querem um "White Christmas", sem imigrantes de outras cores e aqui no Quénia temos cestas natalícias para celebrar o "Black Christmas" que é a cor dos pobres.
E assim vai o espírito de Natal num mundo a preto e branco.

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