16/03/09

MORAL DA HISTÓRIA

O professor de Swahili desenvolveu o hábito de nos contar um conto tradicional em todas as aulas para podermos adivinhar a moral da história.
Até hoje, já passaram cinco histórias e eu não acertei uma :). A última, supostamente um conto infantil tenebroso (sim... é pior que o capuchinho vermelho!) kukuyu (a tribo do professor), rezava assim.
Andava uma menina na floresta (como sempre!) que chegou a um pequeno caminho que conduzia montanha acima. Na aldeia todos sabiam que não se podia subir a montanha pois aconteceriam coisas terríveis e as crianças eram advertidas para se manterem à distância. A menina hesitou, mas ouvia lá em cima o barulho da água e o dia estava muito quente e portanto pôs-se a caminho (como sempre também!). Quando chegou ao cimo e se refrescava numa nascente apareceu-lhe um ogre (e... la! yeye si Shrek!) horrível que disse que tinha de a comer (tal e qual!). A menina chorou muito, implorou piedade e o monstro lá lhe disse:
- Olha, o mais que posso fazer por ti, é comer-te apenas um seio (e não há nenhuma maneita bonita de dizer isto!!... e sim, a menina já devia ser crescidota!). Mas depois voltas para casa e não podes dizer a ninguém que aqui estiveste e o que te aconteceu.
E assim foi!
A menina lá voltou a casa, com um seio a menos e um buraco ensanguentado no lugar deste. Como se sentia mal (aquilo deve ter doido um bocadinho, pois claro!) e não podia andar por ali a mostrar-se porque lhe iam perguntar o que lhe tinha acontecido e ela não podia dizer, enfiou-se na cama, encolhida e disse que lhe doida a cabeça (é uma boa desculpa para muitas coisas!). Passado alguns dias, sempre com a mesma desculpa, a mãe insistiu para ela contar o que tinha que assim não podia continuar.
Ora a menina com medo do ogre (que é um espirito mau e ouve e sabe de tudo) pediu então á mãe para convocar toda a aldeia e para todos estarem a postos com todas as armas disponíveis (ele eram catanas, arcos e flechas, pedras que nunca mais acabavam).
A mãe assim fez e assim aconteceu. Enquanto a menina se preparava para enfrentar a aldeia e contar a verdade, a mãe, como é tradição fez uma bela panela de sopa (outro ingrediente comum às histórias infantis) e partilhou-a com todos os vizinhos.
É então que o espirito do ogre se materializa no meio da sala e diz:
- Ah! com que então pensavas que me enganavas! Todos os que comeram desta sopa vão morrer agora e a ti vou comer-te devagarinho, bocadinho por bocadinho (não é bonito!).
E assim foi, toda a gente quinou menos a menina e ele começou a tirar-lhe uma orelha, depois um dedo e... (perceberam, não perceberam?).
Então chega o irmão da menina que vinha de pastar as cabras e vê aquela cena. Pega silenciosamente no arco e na flecha e dispara certeiro para o olho do ogre, que morre imediatamente (isto não me parece bem! tanta coisa, tão poderoso e quina com uma flechazita nos olhos).
Com a morte do ogre desfazem-se todos os feitiços dele. Ou seja, os mortos ressuscitam e os bocados que faltavam á menina voltam todos para o seu lugar (incluindo o primeiro seio a ser comido!)
Moral da história: Devemos sempre obedecer e cumprir as regras.
Moral da história para a minha colega: há sempre esperança pois quando menos se espera aparece sempre alguém para nos ajudar.
Moral da história para mim (e motivo de grande risota na aula): se vamos enfrentar um ogre que é um espirito mau, não vale a pena convocar os guerreiros da aldeia, o melhor é contratar um exército de espiritos bons para lhe dar no canastro, pois lutam de igual para igual.

6 comentários:

Anónimo disse...

O anónimo uma vezais é a Fernanda. Beijinhos

Hélder disse...

A moral dessa história não é dar um seio aos maus, se não eles comem tudo? E ter sempre cuidado com os irmãos mais velho? ;)

Boas aventuras neste continente!

Sara disse...

Bolas, que histórias tão macabras! :P (A mim a flecha no olho fez-me muita impressão, pois claro... não podia ser no meio da testa, não? Ou no coração, ou em qualquer sítio menos horrososo?Lolol!)

Anónimo disse...

e eu perdi meu tempo lendo isso! Moral da história: não perca tempo com besteiras!

Ah! a melhor moral com certeza foi a escrita pelo Hélder!

Anónimo disse...

a esperança e a ultima que morre

Helder Paraná Do Coutto disse...

Penso que a moral da história, não é nada disto. O Ogre só perde seu poder quando deixa de ver, portanto não pode mais comer ninguém. A moral é que há sempre um inesperado a chegar para cegar quem quer fazer mal, porque dizer a verdade não pode ser nunca mal, portanto o Ogre não poderia vencer, mesmo quando todos já estavam neutralizados. ( P.S.O meu homônimo defendeu o lado do Ogre o que é péssimo.)