Primeiras impressões
Depois de uma série de atrasos e atribulações ainda em Portugal, lá consegui chegar à capital do Quénia. Confesso que nunca viajei para nenhum lugar sobre o qual tivesse tão poucas referências e portanto, não sabia que a cidade ficava a apenas uns 150km do Monte Quénia, a segunda maior montanha de África, com mais de 5000m, uma das poucas situada junto à linha do Equador com glaciares permanentes. Foi com espanto e encantamento que ao chegar vi o Sol nascer sob a montanha, colada à janela do avião.
E esta foi apenas a primeira surpresa boa da viagem. A cidade conquistou-me desde a primeira hora. O trânsito intenso e a poluição rodoviária são atenuados por uma camada de verde difícil de comparar. A cidade está cheia de parques e jardins com árvores magníficas e flores por todo o lado e está rodeada por floresta, o Parque Nacional de Nairobi. As ruas e avenidas estão ladeadas por árvores também, o que torna qualquer passeio agradável e menos penoso com os mais de 30º que se fazem sentir durante o dia. E quando os jacarandás florirem a cidade vai explodir de azul e eu não saio daqui até ver esse fenómeno! A cidade até tem um “Beautification Program” e campanhas ecológicas e de reciclagem o que demonstra uma séria preocupação com a preservação e embelezamento do espaço urbano. Está-se muito bem aqui! E dizem que a época da chuva está muito atrasada e que ainda vai chegar. Eu, sinceramente, não consigo imaginar o que vai acontecer. Se isto é assim com a seca… Por outro lado Nairobi é também uma cidade cosmopolita, com uma grande concentração de estrangeiros de toda a África e de outros continentes, o que significa que somos todos cidadãos anónimos no meio da multidão multicultural. Há restaurantes da Etiópia e do México, há o centro cultural da Aliance Française e o centro cultural do Irão, há multiplexes de cinema, teatros, salas de espectáculos e lugares de diversão para todos os gostos. Até há o Cristinao Ronaldo em outdoors por toda a cidade a fazer publicidade à Rádio Jambo. Enfim… há um mundo de coisas a explorar. As deslocações também são fáceis pois há muitos transportes, para todos os gostos.
Quanto ao meu alojamento, não poderia estar melhor, pelo menos nesta fase inicial em que não conheço nada nem ninguém. O Albergue é uma espécie de oásis na cidade, rodeado de jardins e tranquilidade, na zona do “Hill” junto aos ministérios e embaixadas, a apenas 20min a pé do centro da cidade. Perfeito!
As pessoas são, na sua maioria, simpáticas e muito prestáveis. O meu único problema, por enquanto, é o facto de me custar imenso compreender a pronúncia local do inglês e estou a ficar preocupada com o risco de apanhar este sotaque, em que “warm” soa a “one”, “hope” soa a “hópi” e por aí em diante. Ok, o café também é muito mau (café aqui é Nescafé) e alguns hábitos britânicos que subtilmente se entranharam no quotidiano são esquisitos, como a mania de meter leite em tudo. Mas são apenas pequenos pormenores.
Primeira aula de Kiswahili
Foi hoje, e a partir de agora tenho 4h diárias de aulas de língua e cultura swahili, logo pela manhã e durante as próximas semanas. Começo a perceber de onde vem a pronúncia que me soa tão estranha do inglês. O swahili é uma língua banto e a mais falada na África oriental, sendo língua nacional no Quénia e na Tanzânia e falada por vários grupos étnicos em toda a região. Decidi aprender a língua por vários motivos: primeiro porque me vai ajudar imenso a comunicar quando estiver em zonas rurais a fazer trabalho de campo, em segundo lugar porque é uma boa maneira de começar a conhecer pessoas, a ter rotinas diárias e a conhecer a cultura local. E depois também porque é uma língua encantadora… tão diferente de todas as que conheço, com imensas influências árabes e de todos os povos colonizadores da região, inclusive até alguma influência do português. “Visuri sana!” (é muito fixe!). Foneticamente tem palavras e expressões fantásticas como “Mimi ni Mreno” (Sou portuguesa) ou “ Tutaonana” (Até logo!). Vai ser uma aventura!
Kwareri tutaonana
(Adeus e até breve!)
(Adeus e até breve!)
9 comentários:
Até eu já estou com vontade de conhecer Nairobi, lolol! :)))
As descrições abriram-me o apetite, e as imagens confirmaram. :)
Hello!!!
pois, a mim também, como já te disse. Fico feliz que estejas bem e a adaptar-te com facilidade (como se isso fosse impossível para ti) :-)
Bjokas com saudade
Pois é maninha...eu nunca duvidei que te irias adaptar tão bem :-)))
Aproveita bem essa aventura, acredito que ainda te visitarei aí...Nairobi deve ser interessante...fiquei com vontade de conhecer essa língua engraçada e essa cidade que parece ser muito fixe! Cuida-te!Bj Gde!
Mas que maravilha! Uma África diferente, vivida em pleno.
Boas notícias e que tudo esteja a correr-te bem. Já estou com vontade de ir até aí.
Beijocas
Olá !
Bonitas as primeiras imagens.
Abraço e que tudo te corra pelo melhor!
Luis
Ok, decidamente, vou fazer-te uma visita :-) (como se houvesse dúvidas!) E ter a Sarita a dizer que até contempla a possibilidade de por os pezinhos em África já é bem indicativo do quanto a tua descrição é apelativa :-)
beijinhos grandes com muitas saudades e invejidade!
amiga, que maravilha,
e eu nem percebi que já havias partido!
swahiliza muito por aí...
;)
beijos e até breve
Como vai esse falar swalii...bem claro, com essa força de sagitariana que te caracteriza. Que linda foto das neves do Klimanjaro, dessa África romantica... que vontade de ir até aí. Será que vais conhecer o Nobel da Paz essa mulher espantosa que designam por"indomável"- Wangari Maathai.
Um beijão e até sempre.
Saíu anónimo mas era a Fernanda do burgo...
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